quinta-feira, 23 de julho de 2009

Muricy e Luxa, novo desafio!

Muricy Ramalho não costuma fazer críticas diretas a Vanderlei Luxemburgo. Nunca se furtou, porém, de criticar o fato de treinadores adotarem relação quase promíscua com a imprensa para se promover, venderem a imagem de moderno ao utilizar discursos motivacionais, acumularem a função de gerente de futebol e se vestirem elegantemente para parecer distinto. Bem, talvez uma crítica direta não seja necessária para ele deixar claro o que pensa.

Vanderlei Luxemburgo nunca escondeu que se considera o melhor técnico do Brasil. Ele foi por muitos anos, algo consolidado pela implantação do Brasileirão em pontos corridos, sistema de disputa que privilegia o planejamento. No entanto, seu status caiu nos últimos anos devido aos maus resultados de suas equipes e à ascensão de Muricy, tricampeão nacional com o São Paulo. Ainda que tente, “Luxa” não convence ninguém quando diz que é o melhor do país.

Há um duelo, mesmo que ambos digam o contrário. Cada um tem uma personalidade muito marcada e oposta, a própria imprensa alimenta essa necessidade de se rotular “o melhor” e, claro, ambos trabalhavam em clubes rivais. E, depois de um período de descanso, voltam à baila. Só que, dessa vez, sem a expectativa tão grande de serem protagonistas imediatos.

Logo de cara, quem terá mais cobrança será Muricy. O Palmeiras, com todos os seus defeitos (defesa insegura e ataque frágil), é co-líder do Brasileirão. Haveria uma chance razoável de o time, independentemente do técnico, perder um pouco de terreno com o passar do campeonato. Mas, no momento em que o ex-são-paulino assumiu, ainda estava no topo. E, para a torcida, fica uma obrigação implícita de permanecer nesse patamar.

De qualquer modo, a Luis Gonzaga Belluzzo agiu bem na busca de um substituto para Luxemburgo. Ele nunca perdeu de vista que insistir em um interino até o fim do ano não seria possível, mas também não caiu na tentação de, na dificuldade de acertar com alguém de peso, apostar em um treinador inexperiente (o que, na prática, não seria muito diferente de ter um interino com salário bem mais alto). A diretoria ainda deu a sorte de o time fazer muitos pontos no tradicional período de empolgação inicial com o técnico temporário.

A chegada de um técnico experiente e competente pode dar mais solidez ao time, mesmo com seus defeitos. Isso pode ficar mais evidente no segundo turno, quando os elencos começam a se desgastar e ficam sedentos por opções táticas e técnicas para seguirem em ritmo forte. Talvez a presença de Muricy seja o que faltava para o Alviverde entrar definitivamente na lista de candidatos ao título brasileiro.

Como já é de costume aqui no blog, uma charge do Anima Tunes para animar a semana.


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